domingo, outubro 14, 2007

Praxe Nocturna e Churrascada na FFUP (Praxe na FFUP - Parte 2)

Quem vê pela primeira vez este título pode não perceber imediatamente o porquê da ligação entre estes dois eventos. Contudo, a verdade é que factos que tiveram lugar no primeiro levaram a um encadeamento de eventos que culminaram com o cancelamento da festa de 5ª e o arranjo às pressas de uma convívio na FFUP.

A Praxe Nocturna começou para os caloiros por volta das 21h30 como tradicionalmente em frente a faculdade. Ali estiveram os caloiros alinhados e com o nariz encostado a parede. Até aqui tudo bem, e dentro do normal, o que não foi muito normal foi o facto desta fase da noite ter demorado cerca de duas horas! Este atraso, diz-se, ficou-se a dever em grande parte a uma reunião do CV cujas consequências teremos oportunidade de citar mais para frente neste texto. Mas não poderia esta reunião ter ocorrido durante o intervalo de tempo que passa entre as entregas das provas e o retorno do primeiro grupo? Se fossemos para a Cordoaria pelo menos lá íamos para o Piolho!

Mas porque raios não foi dada autorização para, ao menos, se mudar de lugar, para se ir para a Cordoaria? Talvez os caloiros precisassem deste tempo todo a esfolar os narizes (que ficaram dignos de uma professora de orgânica) para tomar consciência de que o momento era sério...
Durante este intervalo de tempo em que a maioria dos doutores estiveram à apanhar uma valente seca um doutor, que para manter seu anonimato, vamos chamar de Dr. Eristoff, indignou-se com o facto de elementos não pertencentes CP estarem a praxar tendo levado a sua indignação ao senhor da colher.

Para dar explicações a esta reclamação o senhor da colher reuniu os doutores presentes e explicou que a praxe nocturna é uma noite organizada pela CP e que os restantes doutores tem que se limitar a olhar e se quiserem mandar umas boquitas nos momentos considerados apropriados, excepção feita aos convidados da CP.

Após as primeiras movimentadas e excitantes duas horas chegou o momento de irmos todos para a Cordoaria. Durante o percurso foi feita a recomendação de que os doutores estivessem calados e de preferência do outro lado da rua.

Ao chegar ao destino os praxistas presentes poderiam inocentemente pensar: "Já falta pouco. Agora é só aquela praxe pelo CV e isto já anima!". Aproximou-se já a uma da manhã e nenhuma movimentação indicava que estávamos para começar... Duas da manhã e nada... Já se começava à notar algumas desistências...
Foi por volta das 3h que algo aconteceu, é aqui que vamos encontrar o fundamento do título. Um pouco para o lado do local onde estavam os caloiros com a CV pôde-se notar a presença de quatro indivíduos trajados virados numa direcção no mínimo curiosa (não é que se olhassem em outra direcção fossem ver algo mais interessante visto que o marasmo praxístico continuava).

Estes doutores eram nada mais, nada menos, os membros da CC do 4º ano (os que sobravam da manada inicial). Ao que O Esgoto pôde averiguar já haviam "conversado" com o CV sobre alguns factos como: o livro do caloiro e a t-shirt do caloiro não terem sido apresentados ao CV antes de terem sido fornecidas aos caloiros (além de a t-shirt não ser roxa) e o primeiro jantar ter sido demasiado caro (e isto por acaso tem haver com praxe?).

Pelo que constou os doutores em questão tiveram mesmo a cabeleira aparada.
Ao que parece o CV só não se importa com a CP não lhe apresentar os novos membros para que sejam considerados efectivos... E nem tão pouco com o facto de os caloiros terem observado o desenrolar destes acontecimentos.

Enquanto as abreviaturas (CV, CP e CC) andavam às turras, a hora foi se adiantando e mais ou menos pela hora em que se costuma estar quase a acabar a praxe nocturna, por volta das 3h30, é que finalmente se começou a desenhar o circulo para receber os caloiros...

O que se passou foi uma falta de respeito tanto com os caloiros como com os Doutores que ali estiveram... Ao contrário de alguns dos membros da CV existem pessoas que têm o que fazer no dia seguinte...

Enquanto os tais quatro doutores seguiam olhando para o infinito e eram chamados um a um ao cabeleireiro, uns passos ao lado estava já feita a "casa" por onde os grupos deste peddy paper praxístico passavam e recebiam as missões, mais ou menos abstractas, que teriam para cumprir.

Foi interessante saber que estudamos na Faculdade de Farmácia de Cedofeita.

Algo insólito então aconteceu. Um grupo de estudantes de Erasmus apareceu atraído pelo que para eles deve realmente parecer um pouco estranho. Após a tentativa de um Doutor de explicar o que é a praxe da maneira que o seu inglês o permitiu os Erasmus foram embora.
Porém, passado algum tempo, no outro extremo da praça, vultos do que pareciam ser, e verificou-se, eram mesmo, pessoas em roupa interior andavam aos saltos de um lado para o outro. Ao que parece jogavam um jogo em que cada grupo deveria fazer a maior corda com as roupas que iam tirando... Genial! Que grandes ideias têm estes estrangeiros! Como não podia deixar de ser vários foram os doutores voyeurs que foram "conferir" o que se passava.

Não satisfeitos com estarem quase nus no centro do Porto alguns dos forasteiros foram a correr, ainda em trajes menores, até perto de onde estavam os caloiros com intenções de mergulhar na espécie de lago que existe por ali. Foram, contudo, e para o bem da sua saúde, desencorajados pelos futuros farmacêuticos ali presentes...
Os Erasmus foram embora e os grupos foram se seguindo um a um até que pelas cinco e pouco saía o último...

Entretanto chegou o primeiro grupo. Como não era tarde o suficiente teve que se esperar a boa vontade alheia para que se pudesse começar as provas. Com tudo isto, a Sala Universia só abriu às 9h30.

Dia seguinte, notícia bombástica! Gabriela Lobo sai da CC e a festa de garagem é cancelada. Muito se especulou sobre as razões deste abandono, principalmente a um dia duma festa concebida pela mesma pessoa, mas salta à vista que os acontecimentos da noite anterior foram determinantes. Consta que, perante as acusações do CV, o ex-elemento da CC não recebeu o apoio esperado dos restantes colegas (ou eles propositadamente não o deram).

Mas, enfim, a vida continua e mesmo sem a festa inicial, planeou-se em cima do joelho, um churrasco no bar da Faculdade, que foi bastante bem recebido pela Comunidade FFUPiana. Foi um convívio divertido, comeu-se bem (alguns doutores que o digam) e bebeu-se um vinho bastante melhor que o vinagre servido no jantar da reitoria, o qual abordaremos numa próxima ocasião.

(Lamentamos só escrever agora mas a Redacção do Esgoto tem vida própria.)