sábado, maio 20, 2006

Queima I

Acabou mais uma queima! Passadas imposições, cortejos, concertos,... está na hora de fazer-se um balanço...

Vamos começar pela serenata. Os estudantes voltaram-se a reunir na Cordoaria para que fosse aberta mais uma queima das fitas. Finalistas emocionados (uns aos prantos, mas compreende-se), caloiros trajados pela primeira vez,.... Os grupos de fado que actuaram presentearam-nos com boa música, o que não pode ser negado mesmo por aqueles que não apreciem fado. Mas quando é que nos no Porto aprendemos a seguir pelo menos a tradição que se tem em Coimbra de ficarmos todos quietinhos e atentos enquanto ouvimos a serenata? Como sempre foi aquela algazarra de: "Onde é que está meu afilhado", "Meu padrinho que nunca mais chega",... muito em consequencia dos bem regados jantares que, pra não variar, fizeram alguma vitimas que já não conseguiram chegar ao mencionado local (ainda bem que o Santo António não fica assim tão longe da Cordoaria e talvez, com um pouco de sorte ainda tenham conseguido ouvir alguns acordes de lá).

No dia seguinte de manhã: benção da pastas... Não posso falar muito porém, é curioso o Dragão ser transformado, nem que seja por instantes, numa igreja... Não é o Estadio da Luz que é chamado de "Catedral"?
Imposição de insignias: o lugar foi bem escolhido mas devo admitir que já estava habituado a mexer-me no Seminário de Vilar e começava a gostar daquele local... Tudo correu de acordo com o protocolo, finalistas chamados um a um ao palco, professores particularmente bem escolhidos, uma óptima organização... Mas não se pode deixar de mencionar a diferença de entusiasmo mostrado pelo público, e mesmo pelos finalistas, a cada um dos nomes chamados... Diferentes personalidades levam a diferentes popularidades (um dos finalistas quase trouxe o predio abaixo, enquanto outros mal se ouvia os pais e a avó a chamar por eles) mas não ficava nada mal ao 5º ano um pouco mais de companheirismo interno...
No final, após o tradicional esvaziamento, houve a actuação das sirigaitas, nossas conhecidas, e segundo disseram-me de um Grupo de Homens da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (mas eles não eram a Magna Tuna???)
Passando ao cortejo (e já la vamos ao Queimodromo onde este ano aconteceram coisas surreais, qual 5ª dimensão). Houve momentos durante este ano que se duvidou se haveriam caloiros suficientes para preparar o carro ou mesmo para gritar por farmácia pelas ruas do Porto. Mas a verdade é que lá estava o carro, particularmente bem desenhado e um razoavel grupo caloiros (razoavel, ou não, se consideramos que eram mais de 170...) que já havia sido delimitado por um certo papel...
Que óptimo ano escolheram pra fazer este tipo de seleção... Nunca vi tanta gente se baldar a praxe como este ano, e os motivos são muitos, falta de actividades(este ano nem parque da cidade houve), a clara preferência dos doutores por um certo grupo de caloirinhas, falta de pulso de quem o devia ter... Os anti-praxe foram ao longo do ano acumulando-se e devo dizer que minha surpresa não foi muita... Os que realizaram a tal selecção podiam ter contribuido para modificar o curso das coisas e não fizeram... Se querem papar caloiras que pelo menos papem as boas e as não tão boas assim, aí estaria tudo bem...
Passou-se a tribuna (uns mais merecedores do que outros) e toca a andar para os Leões! É sempre engraçado ver a água a jorrar roxa enquanto se cantam hinos por farmácia e festeja-se, por momentos, todos juntos...