sexta-feira, dezembro 01, 2006

Dia do Caloiro I

Há mais ou menos duas semanas teve lugar na nossa amada FFUP (e nas zonas envolventes) o mui aguardado Dia do Caloiro... Alguns dos nossos melhores enviados estiveram no terreno atentos a todos os acontecimentos.
O dia estava solarengo e os caloirinhos trajavam as tradicionais fantasias transexuais. Este ano o Noddy e a Floribela foram as escolhas feitas pelo 4º ano... Os Noddys estavam no geral um pouco tristinhos; tirando um ou outro não denotamos grande esforço na produção, todos muito branquinhos (onde estavam os guisos, os lenços no pescoço, o maldito carro amarelo???)
As Floribelas estavam um pouco melhor, havia Floribelas para todos os gostos: loiras, ruivas, morenas e até uma floribela punk (imaginem uma filha da Agata como um papagaio...), fatiotas feitas pela mamã e pela avó, sapatilhas a rigor, mas mesmo assim faltava um "não sei o que" de azeiterice...
Na minha humilde opinião se os gajos foram de Floribela, as caloiras deviam estar a combinar, vestidas de Michael Carreira...
O Baptismo decorreu muito rapidamente, comparativamente com anos anteriores, e ao meio dia já estavamos todos despachados e prontos para rumar à faculdade; Pode parecer que estava tudo pronto para voltar à faculdade, mas faltou alguma coisa... Quando foi que (ao longo dos anos) se perdeu a tradição de se entrar nos leões no final do baptismo? Era dos momentos mais memoráveis... e este ano nem havia espuma na água...
Ao chegar à faculdade, enquanto se aquardava pelo almoço, quem ainda não tivesse visto podia ver o cartaz deste ano, que por acaso está muito bom, o melhor dos últimos anos.
Após os doutores terem almoçado foi tudo preparado para o almoço do caloiro(que também começou bastante mais cedo que o normal)... Então começaram as instruções vindas da mesa dos veteranos e convidados: "Não se põe nada no sumo, blá, blá blá". Tudo bem que não énecessário transformar a cantina num pântano pra nos podermos divertir mas o acumular de restrições que tem sido feitas ultimamente tem tornado tudo bastante mais difícil... Quando eramos caloiros puseram-nos de tudo e mais alguma coisa nos pratos e no copo e nós, da maneira que podiamos, comemos e bebemos e ninguém morreu ou teve de fazer uma lavagem gástrica, pelo contrário, é dos dias que com certeza nos lembramos com mais saudades...
Que sejam dadas indicações sobre a limpeza e os produtos que não se devem usar é uma coisa, outra é a castração gratuita que tem sido feita.
Começa o almoço (já agora tenho que falar no prato... O que era aquilo?! Este ano eles esmeraram-se na cantina, era a coisa com pior aparência que há recordação e, tratando-se da cantina, isto significa que era mesmo muito mau (algo como merda de cão depois de comida e cagada outra vez!)), os doutores apesar das restrições conseguiram que os caloiros passassem um bom bocado.
O almoço chegou ao fim e estava-se os caloiros foram mandados embora para tirarem, pelo menos em parte, a mistela que tinham em cima. Estava-se a espera da repetição da ordem do ano passado de os doutores limparem tudo que tivesse sido sujo pelos seus afilhados. Isto pra mim já não faz sentido nenhum, quando era caloiro eu limpei mas também fui eu quem mais se divertiu durante o almoço, e não o doutor que me praxou, e não há injustiça nenhuma que tenha sido eu a arrumar. Contudo não foi esta a ordem dada este ano, este ano ela conseguiu ser ainda mais descabida e ridícula: os doutores tiveram de sentar no lugar dos seus respectivos afilhados e dar um x número de garfadas.Ordem a qual os doutores praxisticamente obedeceram. Os doutores não têm que provar que são capazes de comer o que os caloiros comeram, eles já foram caloiros e já comeram quando teve de ser. Além disso é questionável uma pessoa comer de um prato onde outra 5 minutos atrás esteve com as mãos e a cara metida, ou não?
Doutores são doutores e caloiros são caloiros, cada qual tem sua função na praxe. Com essas atitudes o conselho de veteranos só conseguem levar a um enfraquecimento daquela, fazer com que cada vez menos pessoas se interessem pela continuação da tradição.
Eu já achava que tinha sido cretino o suficiente a história de os caloiros pedirem aos doutores para ser padrinhos por cartas. O pedido, que era algo tão pessoal, foi transformado em um acto público. Qual é a ideia disso? Qual a vantagem? Será para se poder escolher os caloiros que mais se covêm entre todas as cartas?
Acabado o almoço esperava-se pelo começo dos teatros...