terça-feira, novembro 28, 2006

Farmacópia e Francês: cuidado, queimem as fotocópias e fujam para as Bahamas!
Tem havido uma onda de inspecções à diversos estabelecimentos que comercializam fotocópias na proximidade de faculdades ao longo de todo o país em busca de cópias ilícitas, principalmente de material especializado e técnico. A seguir temos o link para o artigo que foi publicado no JN no passado dia 20 de Novembro de 2006:
De facto é verdade que as publicações técnicas exigem um grande envolvimento psíquico, intelectual e financeiro dos autores e editoras... Mas também é verdade que são demasiado caros para a maior parte das bolsas e dos orçamentos de um estudante.
Se tentassemos estudar usando apenas a bibliografia recomendada pelos docentes facilmente gastariamos mais de 500 euros por semestre só em livros e mesmo assim bem escolhidos... Claro que há estudantes que poderiam compra-los e não o fazem devido a facilidade com que se arranja a cópia, porém o estudante médio não tem realmente capacidade de arcar com esta despesa... Como o universitário não pode viver na cópia de uma casa, ou pagar a propina com a fotocópia de um cheque, os livros são o alvo mais fácil para tornar o curso mais barato...
Se o governo resolver apertar com a fiscalização o que acontece?Sobram as velhas amigas sebentas... Contamos portanto com a boa vontade do colega de um ano anterior pra poder passar numa cadeira... Só que por vezes a matéria muda e o trabalho fica ainda mais dificultado...
Uma outra solução, alguns podem pensar, seriam os apontamentos e acetatos dos professores contudo, convenhamos, que contam-se pelos dedos de uma mão as cadeiras que conseguiriamos fazer se dependessemos da qualidade daquele material...
Se o governo quer contrariar este hábito deveria apostar, não em fiscalizações, mas em medidas mais profundas, como por exemplo aumentar o limite e a percentagem das despesas com educação deduziveis no IRS.
Falta, para acabar, dizer: ainda bem que eles não vêm inspeccionar cá em casa...

sexta-feira, novembro 17, 2006

Entre Tachos e Panelas


Noutro dia entrei no site da nossa amada faculdade, para ver se havia alguma novidade (que não havia...), quando reparo num aviso na página inicial sobre um exame da "Época Especial para Dirigentes Associativos".

Vi-me então confrontado com a crua realidade FFUPiana... a realidade dos tachos.

Há já algum tempo que tenho notado que em farmácia da muito jeito ter um tacho, uma cunha, para conseguir levar o curso de uma maneira mais confortável e com o menor esforço possivel.

(Peço primeiramente desculpas aos realmente merecedores destas beneces do sistema (há alguns,poucos, que trabalham duro), mas nem todos as justificam...)

Estes ditos tachos aparecem-nos das mais variadas formas e feitios (desde pequenas frigideiras, passando por panelas de pressão, até panelas onde poderiamos cozinhar uma iguaria com direito a entrar no livro do guiness).

Ser tachista não está escrito na testa de ninguém (apesar de muitas pessoas terem cara de tacho e outras parecerem que levaram com uma frigideira na cara...). Claro que existem aqueles que não passam despercebidos nem tentam disfarçar, mas também há os que passam incognitos, tachistas menores ou mais discretos, mas que nem por isso deixam de se-lo... Cruzamo-nos com eles diariamente na FFUP... Eles estão entre nós...

  • O "trabalhador" da empresa do papá
  • O membro da Associação (quem não se lembra da confusão que foi nas ultímas eleições onde os membros das duas listas concorrentes degladiaram-se em busca desse trem de cozinha completo que é a AEFFUP)
  • O representante dos estudantes num dos Concelhos que dirigem a Faculdade
  • ...

Estes tachos, como já foi dito, são objectos de desejo, brigas e confusões que chegam a separar bons amigos e mesmo irmãos... Várias são as razões que levam a que sejam tão almejados (qual santo graal ffupiano): pode se conseguir estatuto, conhecer-se pessoas influentes (vulgo "outros tachistas"), direito a uma época especial de exames (o que deve dar mesmo muito jeito agora que não há Setembro), ou apenas para ter uma gaveta com seu nome inscrito ao lado da secretaria...

Ou seja, muitos são os que se aproveitam dos direitos que foram conquistados dificilmente por merecimento de meia dúzia de estudantes.

Os futuros farmacéuticos começam, portanto, desde a juventude a praticar para sua melhor inclusão na classe. Por que?Após a entrada na faculdade tomamos consciência da realidade do meio farmacêutico onde muita coisa se trata de interesses pessoais ou de pequenos grupos sobre o interesse de todos: cunhas, casamentos, dinheiro abrem muitas portas, portas como as do INFARMED, da OF, da ANF, da COOFANOR,... e até da FFUP onde o factor C (leia-se "c" como casamento) é um tachos, entre muitos outros, já deu provas da sua eficácia...

Para finalizar não podemos deixar de falar nas eleições da AEFFUP que estão aproximar-se a passos largos, vamos ter mais uma vez a luta pelos tachos em praça pública ( e mais uma vez peço desculpa aos que trabalham realmente e devo dizer que acho extremamente positivo que hajam duas listas para a Associação). Espero apenas que as eleições sejam tão interessantes como as do ano passado!